Rosa é um cineasta trans e periférico, morador do Jardim Ângela, periferia de São Paulo que recentemente foi aceito na Escuela Internacional de Cine y Television (EICTV) em Cuba, uma das mais prestigiadas do mundo, para estudar direção de fotografia. 

O cineasta integra o coletivo de audiovisual Maloka Filmes e foi um dos diretores do curta Perifericú, que recebeu diversos prêmios pelo Brasil, como o de  Melhor Curta-metragem pelo Canal Brasil, no Festival de Tiradentes de 2020, e o prêmio de Melhor Curta-metragem no Festival Mix Brasil de 2019, pelo júri popular. Além disso, trabalha com cinema comunitário LGBT, é Articulador Cultural na SPcine, e está envolvido em diversos cineclubes nas periferias de SP. Sua luta é pautada pela cultura periférica, pela quebra das narrativas elitistas e CISnormativas na comunicação e isso ele faz na prática,  produzindo audiovisual protagonizados por pessoas periféricas e LGBTQIA+.

Ele também passou no mestrado da Universidade Elias Querejeta Zine Eskola (EQZE), na Espanha, e optou pela escola de Cuba, por ser uma das maiores referências no cinema internacional.

“Estudar fora do país é um sonho muito recente na minha vida: demorei para entender que a quebrada também podia ocupar esse espaço. Para quem não acreditava nem que iria passar em uma, ser aceito nas duas foi uma felicidade impensável. Acabei escolhendo a EICTV pela sua filosofia e referência no cinema internacional: não existe lugar melhor para realizar meu sonho, continuar contando histórias trans faveladas pelo mundo”, contou Rosa, no texto da campanha, no site da campanha no Benfeitoria.

O próximo passo agora é ocupar, de fato, o espaço e, assim, poder continuar contando suas histórias, sob o seu ponto de vista e com mais visibilidade e recursos. Para contribuir, acesse a campanha https://benfeitoria.com/incentive-cineasta-trans?ref=benfeitoria-pesquisa-projetos.

BREVE CENÁRIO

Hoje, o Brasil é o país com o mais alto índice de morte de população trans no mundo, segundo estudos da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Outro dado importante é que ao se analisar a evasão escolar, 82% da população trans deixa a escola estudo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por motivações principalmente de preconceito.

Somado a isso, os estudantes transexuais ainda ocupam pouquíssimos espaços: de acordo com a última Pesquisa do Perfil dos Graduandos das Instituições Federais da Andifes, a porcentagem de representatividade de não-binários e transsexuais é muito pequena. Os indivíduos que se declaram não binários representa 0,6% dos ouvidos e homens e mulheres trans, 0,1%. O macroperfil foi traçado em parceria com Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assistência Estudantil (Fonaprace) e contou com mais de 420 mil alunos, cerca de 78% da rede.

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