No dia 26 de setembro se comemora o Dia Nacional do Surdo, e o mês de setembro também é o Setembro Azul, usado para promover a reflexão a respeito dos direitos e da inclusão das pessoas surdas na sociedade. O dia foi escolhido por ser a data da criação da primeira escola de surdos no Brasil.
Há exatamente um ano o episódio piloto do desenho Min e as Mãozinhas era lançado no YouTube, e o diretor Paulo Henrique Rodrigues (Turma da Mônica e Sítio do Pica-Pau Amarelo) sonhava com apoio para conseguir realizar e disponibilizar mais episódios.

Entre todas as produções audiovisuais realizadas e que contam com o recurso de libras para o público surdo e com alguma deficiência auditiva, Min e as Mãozinhas se destaca por ser a primeira e única produção nacional inteiramente em libras, e ainda ser focada no público infantil de três a seis anos de idade, especialmente. O trabalho foi realizado com o acompanhamento dos educadores do Centro Municipal de Educação Alternativa de Itajaí (CEMESPI), Tatiane Lui Zancanaro, Cristiane Victorino e Gustavo Horst, da intérprete Fabielle Barbosa, além de contar com a supervisão pedagógica de Isabel Humenhuk Hermes.
“Por ter uma personagem principal surda, as crianças surdas serão representadas por ela e as crianças ouvintes terão contato com a realidade dos surdos, abrindo desde cedo os olhos para como é a vida de mais de 9,7 milhões de brasileiros”, afirmou Paulo.
Por mais que haja leis assegurando que produções audiovisuais cumpram a comunicação acessível, quando falamos de crianças, o acesso fica ainda mais comprometido, pois muitas sequer foram alfabetizadas. Desta forma, mesmo com a legenda, o desenho continua difícil de ser acessado e a tela em libras divide a atenção da criança entre o desenho e o que está sendo dito.
Pensando nestas limitações, Paulo criou o desenho que acompanha as aventuras da Min, a personagem principal que é surda e que revela em cada história curiosidades sobre o dia a dia essas pessoas, como o funcionamento de uma campainha para surdos; além disso, o fato de o desenho ser todo em LIBRAS (segunda língua oficial do Brasil) não só não exclui o público ouvinte, como convida-o a aprender a linguagem e permite que ela seja ensinada.
Em abril deste ano a websérie infantil foi aprovada na Lei Rouanet, o que permite que as empresas usem parte do imposto para ajudar a realização. Este ano a equipe conseguiu alguns apoios para realizar os episódios da primeira temporada, e no canal do desenho dois episódios além do piloto estão disponíveis. A campanha para financiamento coletivo da temporada, que conta com 13 episódios, e viabiliza a realização da produção completa segue aberta e recebendo doações.
Para participar e apoiar, CLIQUE AQUI.