O número de festivais, mostras e iniciativas relacionadas à união da educação com o cinema tem crescido bastante, principalmente depois que a exibição de cinema brasileiro passou a ser obrigatória no currículo da educação básica, em 2014. A lei 13.006/2014, que complementa a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, exige a exibição de, no mínimo, duas horas mensais de cinema brasileiro nas escolas, como complemento às atividades curriculares. Com isso, outras questões vieram à tona, uma delas é a necessidade de uma formação audiovisual para os professores.

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É diante deste cenário que surge, em 2016, o Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil, com o objetivo de fomentar a pesquisa e a elaboração de trabalhos acadêmicos com ênfase na produção de vídeo estudantil na área de Cinema e Educação, e de motivar a realização de atividades práticas relacionadas à produção de vídeo nas escolas e a divulgação dos trabalhos que atualmente já se realizam nesse âmbito.

Luiz Claudio Motta Lima mora no Rio de Janeiro (RJ) e é professor de Geografia. Há mais de 15 anos realiza atividades relacionando o cinema com o ensino da disciplina. “O Congresso foi uma das poucas vezes que tive a oportunidade de pensar, debater, realizar atividades ligadas ao audiovisual e a educação juntamente com outros professores. No período do congresso realizei oficinas e pude participar de mesas e debates sobre o universo pedagógico do audiovisual na escola”, afirmou em depoimento ao site, onde afirma estar ansioso para a edição deste ano.

Em 2018 o evento chega a 3ª edição e será realizado de 25 a 28 de setembro, em Vitória da Conquista (BA). Depois de muito diálogo dos organizadores com os congressistas que participaram do primeiro e do segundo Congresso, algumas alterações foram feitas para que os professores da rede básica tivessem melhor acesso ao encontro. “Depois de muita conversa fechamos o edital. O nosso congresso é especial, nós valorizamos o professor da educação básica, queremos que o professor que fica na sala de aula, no chão da escola, fazendo vídeos, participe”, explica Josias Pereira, um dos coordenadores do Congresso, no vídeo de lançamento do edital deste ano, que já encerrou as inscrições.

Nesta edição, além da participação de pesquisadores, mestrandos e doutorandos, os professores da educação básica também têm espaço para troca: “nós abrimos também um espaço para relato de experiência; o professor pode estar ali fazendo um relato da experiência dele e participando, debatendo com a gente”, explica.

Josias trabalhou durante quase 10 anos no Rio de Janeiro, com produção de vídeo estudantil no Ceasm, na Maré (RJ), e em Acari (RJ). Passou pelo Paraná, onde ajudou a criar o Festival de Vídeo Estudantil de Maringá, realizando oficinas de audiovisual em mais de 15 cidades da região. Em 2011, já em Pelotas, onde vive há oito anos, Josias ajudou a criar o Festival de Vídeo Estudantil de Pelotas, que já chegou hoje a seis cidades da região. Foi então que surgiu a necessidade de se aprofundar mais e criar um espaço de debate.

A ideia de realizar um Congresso para professores de todo Brasil veio do amadurecimento de ideias e iniciativas. “Quando realizamos, começamos a perceber o número de pessoas de fora que participavam, então realizamos o primeiro congresso em Pelotas, depois fomos para UNISINOS, no Rio Grande do Sul, e agora estamos realizando em Vitória da Conquista, na Bahia”, conta, orgulhoso. Neste ano, o Congresso será realizado em conjunto e parceria com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e o Instituto Federal da Bahia (IFBA).

Outro detalhe importante, relacionado ao Congresso, foi a criação do aplicativo “Produção de Vídeo Estudantil”, indicado para professores e alunos que desejam fazer vídeo nas escolas. É possível acessar vídeos didáticos sobre fazer um vídeo, passo a passa para atividades, além do Vlog “Primeiros Passos”, com as diversas áreas que o cinema apresenta. O app é gratuito e está disponível no Google Play.

 

 

 

O evento é uma uma iniciativa do Projeto de Pesquisa e Extensão “Produção de Vídeo Estudantil”, da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação Matemática (UFPel), da Produtora Rubra Cinematográfica, do “Curta 5 – Festival Estudantil de Curtas” realizado pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA) e pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), por meio de seu Grupo de Estudos em Educação Matemática (GEEM).

Outras informações sobre oficinas e atividades do congresso, acesse o site oficial do evento.

 

 

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