Na próxima quarta-feira (29), o Rio de Janeiro recebe o 11º Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe, que vai até 9 de setembro e conta com uma programação ampliada, ocupando os espaços do Cinema Odeon, Centro Cultural Justiça Federal (Cinelândia), MAR Museu de Arte do Rio (Praça Mauá) e Cine Arte UFF (Niterói).
Um dos destaques desta edição é a estreia de Lázaro Ramos como diretor, com o documentário “Bando”, codirigido com Thiago Gomes. A sessão será realizada no dia 4 de setembro, às 21h, no Cine Odeon (ingressos a R$6, inteira), e contará com a presença dos diretores e de representantes dos “bandoleiros”, integrantes do “Bando de Teatro Olodum”, que revelou o próprio ator e, agora, diretor.
Estão confirmados também nomes como Camila de Moraes, Adélia Sampaio, Juliana Vicente, Djamila Ribeiro, Heitor Augusto, Juliano Gomes, entre outros. Dois dos principais convidados desta edição são estudiosos do cinema negro e ministrarão masterclasses: o etíope Haile Gerima, professor e cineasta, e o malinês Manthia Diawara que, além de cineasta, é o maior crítico de cinema africano da atualidade.
Já são 11 anos que Jorge da Silva, mais conhecido como Zózimo Bulbul, fundou o Centro Afrocarioca de Cinema e criou o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul. Em 2018 o ator e cineasta completaria 80 anos de uma vida pessoal e profissional de resistência e luta por representatividade dos profissionais negros e de suas histórias no cinema.
A realização do primeiro Encontro, em 2007, foi um marco para o cinema nacional e, principalmente, para a história do cinema realizado por negros no Brasil. Seguindo um dos maiores legados deixado por Zózimo, o evento mantém seu propósito maior de “fortalecer a trajetória de novos cineastas [negros], promover a reunião de gerações e a valorização da ancestralidade” e continua crescendo, tanto em número de público como também de realizadores inscritos.
Este ano houve record de inscrições e recebeu mais de 180 projetos, dos quais foram selecionadas 74 produções nacionais de todas as regiões do país, e 18 filmes internacionais. De acordo com a organização, “é uma alternativa para diminuir a acuna existente em relação a produção cinematográfica negra brasileira, valorizando-a como patrimônio cultural”.
O evento está crescendo e a visibilidade e o espaço ocupado pelos realizadores aumentaram, o que se dá também pela proposta do evento este ano: o encontro de gerações e ancestralidade. Além do importante papel de fortalecer a identidade negra, abrindo espaço para todas essas vozes, o Encontro permite um grande intercâmbio cultural entre Brasil e África por meio de exibições e debates com os realizadores, e de um processo formativo, com palestras, seminários e uma roda de negócios, que possibilita futuramente a produção de novos filmes realizados por negros.
Para acessar a programação completa do Encontro e se inscrever nas masterclasses e seminário, clique aqui.
Cinema Farol 